janeiro 19, 2009

A história de um lugar sorridente (parte I)

Hoje gostava de te contar uma pequena história. Posso? É algo muito simples e está descansado ou descansada, não será uma história de embalar, nem uma espécie de aula. Basicamente, é algo interessante!
«Deitei-me sobre o meu sofá sentindo cada parte do meu corpo, cada músculo, de facto, aquela correria deu cabo de mim. O sol descia suave pela janela, filtrado pela minha cortina, meio desordenada, recebendo assim um tom, um tanto ao quanto, diferente. Não era aquela cor viva, quase ofuscante, mas sim aquela cor que nos convida a permanecer no mesmo lugar, deixando-nos envolver pela sua claridade.
Enquanto observava essa luz a pairar, isto porque era notório aquele pó no ar devido à falta de algumas limpezas mais demoradas, fui levado a pensar no sentido que era para mim aquele sofá, aquele lugar que já à algum tempo havia deixado e a que agora regresso. Entretanto, convém dizer que já me tinha esquecido de todas aquelas dores iniciais e que, no fundo, foram a causa de eu lá estar.
O lugar que ocupava e que agora, recordando tudo isso, ocupo novamente (aliás, nem sei se algum dia verdadeiramente o abandonei ou se ele me deixou… mas isso deixo para outra altura) é-me muito querido. Tantas vezes o visitei com alegrias, com aquele sorriso que me é característico, outras vezes o desarrumei, também com aquela desarrumação que, essa sim, faz parte de mim, outras ainda o incomodei, trazendo para si os meus problemas, as minhas dúvidas e os meus pensamentos, mais ou menos, ordenados. No fundo, é o lugar que me vê e me acolhe ainda que por vezes já esteja farto de mim, ou mesmo ressabiado. Foi aquele livro que ficou no chão, a janela que ficou aberta e portanto entrou o pó, o sol ou a chuva sobre a madeira, foram aqueles restos de terra dos dias em que entrei a correr sem descalçar o calçado, ou as longas vigílias que lá passei quando talvez ele quisesse descansar.
Todos nós, e tu também, tens um lugar assim. Se não o tens, aconselho-te vivamente a procurares entre a imensidade de espaços que existem e que percorres todos os dias. É este lugar que te irá acolher quando não suportares o pesado dos outros espaços e que, depois de visitado e elevado, falará de ti sorrindo a quantos também o visitam. E depois, tudo se confunde, numa confusão contente (diria alguém…) é o lugar que és tu e tu que te tornaste o mais belo dos lugares!»

Esta é a minha pequena história… gostaste? A sorrir? mmm pára, por favor… estás a deixar-me sem jeito!


Dá-me [mesmo] um sorriso!

2 comentários:

  1. "falará de ti sorrindo a quantos também o visitam" sim, acho que é o que fazemos quando conhecemos bem e gostamos do lugar que encontrámos =D

    Gostei muito!

    Bj sorridente*

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  2. Bem pensado!!
    De facto existe mesmo um lugar assim... um lugar que nos "acolhe" sempre: nos dias bons e nos dias maus!! um lugar que nos dá alento quando chegamos cansados, tristes ou desapontados... um lugar que nos ajuda a pensar! um lugar que nos faz SORRIR!!

    Abraço... sempre a sorrir!

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«Faz-me sorrir: surpreende-me!»

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