março 12, 2009

Estamos na Quaresma...

"Eis o tempo favorável!"

Chegaram os dias em que a Igreja Católica propõe ao Mundo a conversão meditada e maturada em detrimento de uma nova vida enxertada em Jesus Cristo...
A Quaresma convida-nos a meditar no tempo que Jesus passou no deserto combatendo continuamente as tentações próprias da realidade humana. Esta fase da vida de Cristo, rica ao nível da interpretação teológica e da vivência espiritual, dá lugar a uma das expressões mais belas da Encarnação de Jesus. Neste acontecimento assistimos a um Deus que Se verga fazendo-Se homem e que nesta condição assume consigo as dificuldades humanas. Jesus, Filho de Deus e Deus também, não tinha de viver esse tempo de isolamento e de provação, mas favoravelmente à condição do Homem quis viver todas essas dificuldades. E é aqui que nós, homens, encontramos a resposta às nossas tentações, às nossas limitações, próprias de quem está na condição destas realidades.
Além do paralelo às tentações de Cristo, temos também o paralelo das dificuldades que o Povo de Deus passou antes de alcançar a Terra Prometida. Todas as provações vividas por aquele Povo são também as nossas. Hoje, cada vez mais, somos esse Povo que nega e renega a Deus, mesmo assistindo às maravilhas que Ele realiza. Há sem dúvida cada vez mais o retrocesso no caminho da fé. Aquele Povo que seguia, mas duvidava perante as dificuldades, é agora a sociedade de hoje.
As expressões litúrgicas ajudam-nos a reentrar neste Tempo com o desejo do encontro consigo próprio, com a comunidade e com Deus. A Quaresma convida-nos a aprofundar no que temos sido, no que somos, no que queremos ser aos olhos de Deus e a mergulhar na vida comunitária fazendo-nos sentir pertença de uma comunidade, de uma família onde nos identificamos ou vamos aprendendo a identificar. Na procura de Deus, a Quaresma apela à nossa vontade e ao nosso discernimento racional num desejo de plena comunhão com Deus. Há porém a limitação da realidade do pecado que impede a total união a Deus, daí que a Igreja nos convide a escutar a Palavra de Deus e a entrar no ritmo deste Tempo para adquirirmos as armas da fé de que fala S. Paulo. Cingir os rins, meditar nas cinzas, jejuar e orar sem cessar não pode ser visto como um fardo, mas como a melhor expressão que temos de abdicar de nós próprios, não para nos perdermos, mas nos encontrarmo-nos.
Façamos portanto deste Tempo uma bela oportunidade para nos purificarmos e aderirmos à plena comunhão comigo, com outros irmãos e com Deus.

Uma Santa Quaresma!!!

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«Faz-me sorrir: surpreende-me!»

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